O que é Oncologia ginecológica e conservação da função sexual: abordagens de tratamento?

Índice

Introdução

A oncologia ginecológica é uma área da medicina que se dedica ao estudo e tratamento de cânceres que afetam os órgãos reprodutivos femininos, como o útero, ovários, colo do útero, vagina e vulva. A conservação da função sexual é uma preocupação importante para as pacientes que passam por tratamentos oncológicos, uma vez que esses procedimentos podem afetar a saúde sexual e reprodutiva das mulheres. Neste artigo, iremos abordar as diferentes abordagens de tratamento em oncologia ginecológica e como elas podem impactar a função sexual das pacientes.

O que é Oncologia Ginecológica?

A oncologia ginecológica é uma subespecialidade da oncologia que se dedica ao diagnóstico, tratamento e prevenção de cânceres que afetam os órgãos reprodutivos femininos. Essa área da medicina abrange diversos tipos de câncer, como o câncer de colo do útero, câncer de ovário, câncer de endométrio, câncer de vulva e câncer de vagina. Os oncologistas ginecológicos são médicos especializados no tratamento dessas doenças e trabalham em equipe multidisciplinar para oferecer o melhor cuidado às pacientes.

Conservação da Função Sexual

A conservação da função sexual é uma preocupação importante para as pacientes que passam por tratamentos oncológicos, uma vez que esses procedimentos podem afetar a saúde sexual e reprodutiva das mulheres. A função sexual engloba diversos aspectos, como desejo sexual, excitação, orgasmo e satisfação sexual. Os tratamentos oncológicos, como cirurgias, radioterapia e quimioterapia, podem ter impacto negativo na função sexual das pacientes, levando a alterações no desejo, na lubrificação vaginal, na sensibilidade genital e na capacidade de atingir o orgasmo.

Abordagens de Tratamento em Oncologia Ginecológica

Existem diversas abordagens de tratamento em oncologia ginecológica, que podem variar de acordo com o tipo e estágio do câncer, bem como as características individuais da paciente. As principais modalidades de tratamento incluem a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a terapia-alvo e a imunoterapia. Cada uma dessas abordagens tem o objetivo de destruir as células cancerígenas e impedir a progressão da doença, mas também podem afetar a função sexual das pacientes de diferentes maneiras.

Cirurgia em Oncologia Ginecológica

A cirurgia é uma das principais modalidades de tratamento em oncologia ginecológica e pode ser realizada para remover o tumor, os órgãos afetados ou para aliviar os sintomas da doença. Dependendo da extensão do câncer, a cirurgia pode envolver a remoção parcial ou total do útero, ovários, trompas de falópio, colo do útero, vagina ou vulva. A cirurgia pode ter impacto na função sexual das pacientes, especialmente se houver remoção de órgãos reprodutivos ou danos nos nervos que controlam a resposta sexual.

Radioterapia em Oncologia Ginecológica

A radioterapia é uma modalidade de tratamento que utiliza radiação ionizante para destruir as células cancerígenas e impedir sua multiplicação. Na oncologia ginecológica, a radioterapia pode ser utilizada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor, após a cirurgia para eliminar células cancerígenas remanescentes ou como tratamento paliativo para aliviar sintomas. A radioterapia pode causar efeitos colaterais na região pélvica, como inflamação, cicatrização e estenose vaginal, que podem afetar a função sexual das pacientes.

Quimioterapia em Oncologia Ginecológica

A quimioterapia é um tratamento sistêmico que utiliza medicamentos citotóxicos para destruir as células cancerígenas em todo o corpo. Na oncologia ginecológica, a quimioterapia pode ser utilizada como tratamento primário, adjuvante ou neoadjuvante, dependendo do tipo e estágio do câncer. Os medicamentos quimioterápicos podem causar efeitos colaterais como náuseas, vômitos, queda de cabelo, fadiga e alterações na função sexual, devido à toxicidade dos fármacos para as células saudáveis do corpo.

Terapia-Alvo em Oncologia Ginecológica

A terapia-alvo é uma modalidade de tratamento que utiliza medicamentos específicos para atacar alvos moleculares nas células cancerígenas, bloqueando sua proliferação e sobrevivência. Na oncologia ginecológica, a terapia-alvo pode ser utilizada para tratar cânceres que expressam determinadas proteínas ou mutações genéticas, como o câncer de ovário com mutação no gene BRCA. Os medicamentos de terapia-alvo podem ter menos efeitos colaterais que a quimioterapia tradicional, mas ainda assim podem afetar a função sexual das pacientes.

Imunoterapia em Oncologia Ginecológica

A imunoterapia é uma modalidade de tratamento que estimula o sistema imunológico do paciente a reconhecer e destruir as células cancerígenas. Na oncologia ginecológica, a imunoterapia pode ser utilizada para tratar cânceres que expressam determinadas proteínas ou mutações genéticas, como o câncer de colo do útero com infecção pelo vírus HPV. Os medicamentos imunoterápicos podem ter menos efeitos colaterais que a quimioterapia tradicional, mas ainda assim podem afetar a função sexual das pacientes devido à ativação do sistema imunológico.

Impacto na Função Sexual

Os tratamentos em oncologia ginecológica podem ter impacto na função sexual das pacientes de diferentes maneiras, dependendo do tipo, estágio e localização do câncer, bem como das modalidades de tratamento utilizadas. A cirurgia pode levar à remoção de órgãos reprodutivos, danos nos nervos pélvicos ou alterações na anatomia genital, que podem afetar a resposta sexual. A radioterapia pode causar inflamação, cicatrização e estenose vaginal, que podem dificultar a penetração e causar dor durante o sexo. A quimioterapia e a terapia-alvo podem causar fadiga, náuseas, alterações hormonais e disfunção erétil, que podem afetar o desejo e a excitação sexual. A imunoterapia pode desencadear reações inflamatórias no corpo, que podem afetar a lubrificação vaginal e a sensibilidade genital. É importante que as pacientes em tratamento oncológico recebam suporte e orientação adequados para lidar com as alterações na função sexual e manter uma boa qualidade de vida.